domingo, 15 de junho de 2008

1995 - PRIMEIRO TÍTULO NO BARRADÃO

Para o Presidente Paulo Carneiro, o grande herói da conquista foi o estádio. Batizado como templo do Vitória, o Barradão teve papel decisivo no título. O primeiro, aliás, conquistado pelo Vitória em seus domínios. Ao dedicar a vitória ao mando de campo, Carneiro acabou por reconhecer que o acordo feito pelo presidente galiciano Sandoval Guimarães praticamente deu a taça ao Vitória.
Carneiro disse estar realizando um sonho de infância, num clube que "há sete anos, não tinha uma cadeira para sentar". E chamou para si a responsabilidade do triunfo. "O trabalho profissional do Vitória começou há sete anos. De lá para cá, ganhamos quatro títulos baianos e chegamos duas vezes a finais de Brasileiro".
Para o dirigente rubro-negro, esse título foi um divisor de águas. "Agora o Vitória se consilida como time vencedor, perde aquela aura de time vice-campeão, toda aquela bobagem". Mesmo quando o Galícia provocou a confusão no final do jogo, lembrando a final de 94 contra o Bahia, Paulo Carneiro não teve medo de perder o título. "No nosso estádio é diferente, ele resolve tudo sozinho, não jogamos mais em outro lugar", disse.
O capitão Ney, que deverá ser comprado para o Brasileiro, concordou com Carneiro e reafirmou a importância do Barradão. "Sempre pedi para a torcida gritar, porque isso intimida o adversário. Eles deram a sua contribuição e mereceram o título tanto quanto nós. Jogar no Barradão foi fundamental".

sábado, 14 de junho de 2008

16/11/2004 - Vitória apresenta projeto da Arena na Câmara


O Vitória S/A, representado pelo presidente Paulo Carneiro, apresentou hoje pela manhã, o projeto de construção do Complexo de Entretenimento da Arena Multiuso, na Câmara Municipal de Salvador.
O convite para a apresentação partiu do vereador Sérgio Barradas Carneiro (PT), neto de Manoel Barradas, ex-presidente do Vitória que deu o nome ao santuário rubro-negro, o Barradão.
Após abrir a sessão, que contou com a presença de vereadores, líderes comunitários e torcedores do Vitória, o vereador Sérgio Carneiro franqueou a palavra ao presidente Paulo Carneiro, que detalhou o projeto aos presentes. Confira os principais aspectos abordados:
Investimento
O projeto prevê um investimento de U$ 70 milhões. Só para comparar, a Arena da Baixada do Atlético (PR) exigiu investimentos na ordem de U$ 10 milhões. Vai ser a principal obra de Salvador depois do Metrô, principal obra de construção leve no Brasil.
Só o projeto arquitetônico custou U$ 4 milhões, recursos suficientes para construir duas vezes o Estádio Manoel Barradas.
Para o presidente Paulo Carneiro, muitos falam de um Vitória antes de sua administração e outro depois. Na opinião dele, existe um Vitória antes do Barradão e outro depois de iniciada a utilização efetiva do Barradas. "Foi no Barradão que o Vitória viveu seus grandes momentos". Para ele, vai ser o Barradão, ao lado da torcida, que afastará o Vitória da 2ª Divisão. O Manoel Barradas foi fonte de inspiração para o projeto da Arena. Estudos geo-econômicos não recomendaram a implantação do Complexo de Entretenimento no Barradão, já que o equipamento deveria se localizar numa via de fácil acesso. A entrada da futura Arena será pela Avenida 29 de Março, que "desemboca" na Avenida Paralela.
Implicações sócio-econômicas
A construção do Complexo vai empregar mão-de-obra residente nas circunvizinhanças do empreendimento. A medida consta nos contratos com o consórcio de construtores. Os empreendedores também construirão creches em bairros vizinhos ao Complexo, assim como recuperarão uma área localizada no antigo Lixão de Canabrava.
Muitos bairros serão beneficiados direta ou indiretamente com o projeto, casos de Mussurunga, Vila Verde, Bairro da Paz, Nossa Senhora da Vitória, Fazenda Grande 4, Nova Brasília, entre outros.
Serão gerados 1.000 empregos diretos, e mais 2.000 indiretos.
Impactos ambientais
Desmistificando o muito já comentado sobre possíveis danos ambientais causados pelo Complexo, o presidente Paulo Carneiro deixou claro na Câmara, que o projeto vai revitalizar uma lagoa, que hoje é fétida e serve apenas como depósito de esgoto. Portanto, não haverá danos a fauna e a flora, e sim um benefício à área, que tem uma vegetação em nível inicial.
A ocupação ordenada, na opinião de Paulo Carneiro, é a melhor saída para defesa do meio-ambiente. Citou o exemplo do Centro Administrativo da Bahia que, com sua presença, assegurou a preservação ambiental em seu entorno.
A licença de fauna será dada pelo IBAMA.
Parceiros
O Banco Espírito Santo, que estruturou financeiramente o empreendimento, o Grupo Ediffer, substituído pela Luso Arenas, além da Brasilarenas e a Global Spectrum, operadores nacional e internacional, são os parceiros do Vitória no Complexo de Entretenimento.
Complexo
O complexo vai privilegiar o conceito de espetáculo, e a família. Conterá um estádio (30.000 pessoas), uma arena (5.000), anfiteatro (50.000), centro de convenções, museu, mega-loja, 15 lanchonetes, 3 restaurantes e estacionamento (4.000 vagas).
As imagens para as redes de tv e para o público interno (1.000 monitores) serão gerados pela administração do Complexo.
Serão quinze preços diferenciados de ingressos, atendendo todas as camadas sociais, inclusive as mais populares. Os camarotes propiciarão receitas renováveis, já que serão comercializadas por 3, 5 e 7 anos, com opção de renovação.
O estádio, com 80% de sua área coberta, não terá alambrado, nem fosso. Todas as operações dentro do Complexo serão realizadas com um "smart card".
O projeto de iluminação transformará o Complexo num novo cartão postal de Salvador
Copa do Mundo
O estádio rubro-negro no Complexo de Entretenimento será uma das sedes da Copa do Mundo 2014, caso o Brasil seja confirmado como País-sede do evento. A informação já está confirmada pela CBF.
Próximos passos
Após obtenção da Licença de Localização, o Vitória aguarda a Licença de Implantação, que deverá sair nos próximos dez dias, e é um pré-requisito para o Alvará de Construção. A Licença de Resgate de Fauna e Flora está em estágio avançado, na emissão do parecer final.
O presidente Paulo Carneiro se encontra hoje com o Governador Paulo Souto. A audiência tratará do protocolo assinado em 2002 entre os empreendedores e o Governo do Estado, e diz respeito à Avenida 29 de Março, a energia, gás e incentivos fiscais para a construção do equipamento.
Prazos
A expectativa é a de que obras comecem entre Julho e Agosto de 2005, e sejam concluídas em dois anos, com uma partida inaugural que reuniria o Vitória e o Real Madrid. Pelo menos este é o desejo do investidor.
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Grupo Barradão
Representado por Jairo Aragão e Frede Cunha (TLF/BOL), o Grupo Barradão se fez presente na sessão especial da Câmara.
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Após discursos de elogio ao projeto, pronunciados por vereadores, populares e pelo secretário municipal de Finanças, Manoelito Souza, o presidente Paulo Carneiro agradeceu a oportunidade. "Não é um estádio de futebol, é um complexo de entretenimento acoplado num estádio de futebol. É um estádio de quarta geração, comparável aos utilizados em Portugal, na Eurocopa. O torcedor do Vitória precisa pensar grande como seu presidente, não deixar que uma derrota atrapalhe o crescimento do clube", completou Paulo Carneiro.

Projeto Arena Multiuso - 13/07/03

Esta Arena estava técnicamente e empresarialmente viabilizada, inclusive com alvará de construção dada pela Prefeitura Municipal de Salvador e seria construída apartir de setembro de 2005 . A parceria de Vitória era com o governo do Estado da Bahia ( convênio assinado em 2002 com contra partida na ordem de 40 milhões de reais em obras e serviço de infra-estrutura), com a Lusoarena ligado ao Grupo Espirito Santo ( 2° grupo financeiro português), e com a Brasil Arenas ( operadora do complexo). O rebaixamento de 2004 frustou toda a expectativa.
Hoje este grupo é o principal canditado á construir para o Governo do Estado a arena que vai abrigar jogos da copa do mundo de 2014.

A maquete da Arena foi apresentada ao Conselho do E.C. Vitória.




ENTREVISTA RADIO METROPOLE - "PROGRAMA NA LINHA"

http://www.radiometropole.com.br/nalinha/index.php?id=3

16/07/2006 - Entrevista para o Jornal A Tarde On line

Se alguém perguntar a um torcedor do Vitória o que ele acha do ex-presidente Paulo Carneiro, provavelmente irá ouvir algum xingamento ou acusação. A culpa pela queda do Leão para a Série C recaiu nas costas do ex-dirigente. Atualmente “asilado” em Feira de Santana, onde gerencia a Distribuidora Carneiro Figueiredo, na área de comércio de implementos e equipamentos agrícolas. Mesmo assim, convoca os diversos segmentos do clube à união. Na quinta-feira, 13, Paulo Carneiro concedeu entrevista exclusiva ao A Tarde On Line em seu escritório na empresa Grama, em Feira de Santana. Ele se mostrou tranqüilo ao falar sobre o Vitória, mesmo se negando a tocar em alguns pontos. Diz ter se convencido de que a Imprensa é volúvel, e garante não querer voltar ao clube no momento, mas não descarta uma volta no futuro. Elogia o novo presidente do Leão, Jorge Sampaio, e seu modelo de gestão, além de falar sobre o projeto da Arena Multiuso em parceria com o Bahia e as tradicionais “picuinhas” com a mídia.


A Tarde On Line – Como era sua relação com Jorge Sampaio quando esteve à frente do Vitória? Paulo Carneiro – Eu conheço Jorge há muitos anos. Ele é tão rubro-negro quanto eu. Nunca deixou de ir aos estádios, inclusive fora da Bahia. Tem toda a legitimidade para assumir o Vitória. Tem amor pelo clube, tem experiência como empresário, embora a atividade dele não seja essa. Mas ninguém nasce sabendo. Montando um bom time para trabalhar, ele tem tudo para ajudar o Vitória.

A Tarde On Line – E sobre ele trabalhar na área musical?
Carneiro – Mas eu também não era da área (o ex-dirigente era engenheiro mecânico). Ninguém nasce sabendo. O importante na vida é você ter compromisso.


A Tarde On Line – O que ele precisa fazer para reerguer o Vitória?
Carneiro – O clube precisa se unir. Falam muito que eu era arrogante, mas na minha época o Vitória era unido em torno do meu trabalho. É preciso deixar as vaidades de fora. O futebol já cria esse magnetismo da vaidade, porque você se torna uma pessoa importante na sociedade. Depois do governador, do prefeito e do cardeal, as maiores forças do estado são os presidentes de Bahia e Vitória. Então é preciso saber equilibrar isso. Precisa sair da 3ª Divisão, que não tem nada a ver nem com a história do clube nem com a estrutura que eu deixei lá instalada.


A Tarde On Line – Como melhorar o relacionamento do clube com o torcedor e com a Imprensa? Carneiro – O Vitória não vive um problema estrutural, vive um problema conjuntural. Para sair deste momento precisa da união de todos. Tem que dar um choque de emergência, tirar o Vitória da 3ª. Depois que ele voltar para a 2ª, como o campeonato é de pontos corridos, hoje está muito mais fácil para um time estruturado voltar à 1ª Divisão do que antes. Só fica na frente quem tiver mais dinheiro e mais estrutura. Eu lutei muito pelos pontos corridos. Inclusive no Clube dos 13, eu fui o voto que derrubou o campeonato “mata-mata”. O Vitória foi responsável decisivo pela instalação dos pontos corridos no Brasil.


A Tarde On Line – O campeão vai ser realmente o clube mais bem estruturado...
Carneiro – E tem outra vantagem, você sabe quantos jogos vai fazer na temporada. Como é que você põe um patrocínio em um campeonato “mata-mata”, como era a 2ª divisão, que você não sabia se depois de 10 de setembro (data de término da primeira fase) iria jogar? O cara da empresa vai perguntar “quantos jogos você vai fazer para expor minha marca?”.


A Tarde On Line – O Vitória tem estrutura para chegar com força em um torneio desse tipo? Carneiro – Esta é uma situação que só o imponderável do Futebol explica. O Vitória não tinha motivo nem para estar na 2ª Divisão. Tinha tudo para estar na 1ª. Tinha time, tinha estrutura, tinha dinheiro em 2004. Investiu R$21 milhões no departamento de futebol. Não tinha salário atrasado, como muita gente diz. A primeira queda foi por incompetência do departamento de futebol dentro do campo. O time chegou à semifinal da Copa do Brasil...


A Tarde On Line – Havia estrutura para chegar entre os primeiros?
Carneiro – A gente estava entre os primeiros até o meio do ano...


A Tarde On Line – Agnaldo Liz (primeiro técnico no campeonato) largou o time em décimo. Carneiro – Quando assumi o Vitória, ele sempre ficava do 15º para trás. Nós deixamos o clube do 15º para frente. Nós mudamos de patamar. Nunca mais tinha ocorrido risco de rebaixamento. E sempre brigava para classificar, mas não classificava. Só em 99. Foi uma surpresa para nós o rebaixamento. O segundo rebaixamento foi um desastre.


A Tarde On Line – Na 2ª Divisão, até duas rodadas do fim se falava ainda em classificar... Carneiro – O que prova que o que falavam de salários atrasados é injustificável. Até a poucas rodadas o salário não influenciava, depois começou a influenciar? A questão é que quando perde procuram culpas e culpados. Eu era o presidente, então prefiro assumir a responsabilidade. A


Tarde On Line – Havia algum problema de relacionamento?
Carneiro – Nenhum.


A Tarde On Line – Você acha que o desentendimento entre Sinval Vieira (vice-presidente de futebol) e Idailton Santos (do Conselho Administrativo), que, segundo Jorge Sampaio, foi sanado, atrapalha o clube?
Carneiro – Isso tem a ver com a atual direção do clube. Eu prefiro não comentar.

A Tarde On Line – Qual é a sua relação com a diretoria atual?
Carneiro – Com Alexi Portela (presidente anterior), sempre tive uma relação muito boa. Me surpreendi com algumas coisas, mas faz parte. Nunca tive problema com ninguém no Vitória. Até o rebaixamento não. Senão, não seria presidente por tantos anos, e sempre eleito por aclamação.


A Tarde On Line - Quando o senhor saiu, pensava em alguém para assumir em seu lugar? Muito se fala que o senhor não deixou sucessor.
Carneiro – Nunca pensei em ninguém. Me chateei muito com o rebaixamento, achei que não tinha mais clima e me afastei.


A Tarde On Line – Quais as ações corretas e quais as erradas da gestão de Alexi?
Carneiro – Não comento. Não sou membro do Conselho Fiscal do Vitória. Sou membro vitalício do Conselho Deliberativo e pretendo voltar às reuniões em momento apropriado. Assim que convocarem as reuniões, eu voltarei normalmente.

A Tarde On Line – Assumiria algum cargo no Vitória novamente?
Carneiro – Não sei o dia de amanhã. Hoje, não.


A Tarde On Line – Pensa em voltar ao Futebol? Após sua saída do Vitória, a imprensa especulou que poderia assumir o Fluminense de Feira.
Carneiro – Por enquanto, não penso em voltar. Mas eu tenho uma empresa em Feira há mais de dez anos. Daí pode ter surgido a especulação.


A Tarde On Line – O que faltou ao Vitória para conquistar um título de expressão nacional? Carneiro – O Cruzeiro só ganhou um título de expressão em toda a história nacional (na verdade, o clube mineiro ganhou o Campeonato Brasileiro, a Taça do Brasil, quatro vezes a Copa do Brasil, duas vezes a Libertadores da América, entre outros). Agora que o campeonato é por pontos corridos, tem que acabar esta cobrança. No “mata-mata” ainda dava para o Vitória chegar à final. Nos pontos corridos, o poderio econômico determina o campeão. A vantagem para o clube pequeno é que ele vai saber quantas partidas vai jogar e consegue fazer o orçamento dentro deste período. Campeonato nacional só se você virar grande. O Vitória estava caminhando para ser grande quando caiu.


A Tarde On Line – Mas como fazer a torcida entender isso?
Carneiro – A mídia tem que explicar. Não pode é vender uma ilusão. Eu nunca iludi o torcedor do Vitória. Eu levei o Vitória a uma final de Brasileiro, mas em pontos corridos não aconteceria isso. Precisamos entender a nossa realidade. O que nós tentamos fazer foi transformar o Vitória em um clube grande, para ficar entre os dez maiores, para sonhar em ter título nacional. Ele caiu no ano de dar um salto de qualidade, no ano que ele ia ter estádio, que ele ia dobrar as receitas de Televisão de R$6 milhões para R$12 milhões. Ia ganhar a autosuficiência orçamentária, não ia precisar mais vender jogador para pagar despesa. Tentamos fazer o Vitória ter receita própria de R$16 milhões sem vender jogador. O patrimônio do Vitória foi construído assim, a concentração Vidigal Guimarães, a reforma da concentração Raimundo Rocha Pires foi assim, os três campos (de treinamento) foram assim. É preciso que se acredite no modelo.


A Tarde On Line – A baixa freqüência do torcedor no Barradão é muito criticada. Mas o valor do ingresso sempre foi apontado como razão.
Carneiro – Porque a torcida não sabe quanto custam as coisas e a Imprensa apóia este absurdo. O valor é o mesmo de dez anos atrás. É muito fácil apoiar as camadas populares, que sempre querem subsidiar seus entretenimentos. A Tarde On Line – O negócio seria elitizar? Carneiro – Não tem saída. O futebol só cresceu na Inglaterra depois que afastaram as camadas que depredavam os estádios. Quem deveria estar no estádio era a elite, que tem dinheiro para pagar o transporte. Se o Brasil quiser fazer a Copa do Mundo de 2014 tem que fazer 20 estádios e nenhum com preço menor de R$20.


A Tarde On Line – Já que estamos falando em Copa do Mundo, quais estádios do Brasil seriam indicados para a competição?
Carneiro – Nenhum. Todos são de terceira geração. A Tarde On Line – Nem o Morumbi (SP) nem a Kyocera Arena (também conhecida como Arena da Baixada) , estádio do Atlético Paranaense considerado por alguns o mais moderno da América Latina? Carneiro – A Arena precisa de uma grande reforma. A área é pequena, a arquibancada é muito elevada. O problema é a estrutura em volta, estacionamento, segurança...


A Tarde On Line – A Arena Multiuso teria essa capacidade?
Carneiro – Estava projetada para isso. Seria ótimo para o público baiano.


A Tarde On Line – Acha que é boa a idéia de que a Arena seja construída em parceria com o Bahia?
Carneiro – Claro. A nível nacional não há tanta rivalidade. Eles deveriam estar unidos para gerar receita grande. Em Milão, há o estádio San Siro e o Giuseppe Meazza. São dois? É um só. Muda o nome quando joga Inter ou Milan. Você tem que garantir jogos para o empreendedor. Bahia e Vitória já não têm direitos de Televisão na 3ª Divisão, então com os dois juntos seriam 60 jogos por ano. Substitui a quantidade de jogos pela falta de bilheteria.


A Tarde On Line – Por que o senhor não esteve presente no lançamento do livro Barradão – alegria, emoção e Vitória em março?
Carneiro – Não tenho tido vontade de estar em eventos ligados ao futebol, embora o livro retrate um pouco a minha história. Luciano Santos (co-autor, ao lado de Alexandro Ribeiro) mandou o livro para minha casa. Eu adorei. Mas não tenho vontade de participar do futebol.


A Tarde On Line – O radialista Renato Lavigne falou que o senhor teria custeado o livro. Carneiro – Ele faz parte de grupos da Imprensa que não gostam de mim. Tudo o que surge de sucesso procura-se uma mentira para apagar. Isso é do “mau-caratismo” das pessoas. Lavigne já pegou muito dinheiro em minha mão, mas aí cospe no prato que comeu. O Vitória financiou para ele o programa Grito Rubro-Negro (atualmente no ar pela Excelsior AM) muito anos. Para o bolso dele nunca dei, nem ele precisa. Ele se serviu da administração do Vitória por muitos anos. A gente dava a ele R$1 mil por mês. Está na conta do clube, não preciso mentir.


A Tarde On Line – E qual é o motivo da mudança de posição do radialista?
Carneiro – Porque hoje ele trabalha numa equipe que o chefe não gosta de mim. Você pode aqui não gostar de mim, mas tem que respeitar seu trabalho pessoal. Como pode uma pessoa me elogiar tantos anos e depois passar a me criticar? Passou dez anos dizendo que eu era o maior do mundo. Isso começou a partir do momento em que as passagens deixaram de ser pagas.


A Tarde On Line – Em relação ao público, como fica a questão da credibilidade? Carneiro – Eu não sou dono da emissora. Cada um tem o repórter que merece. A Tarde On Line – Qual é o grupo da imprensa que não gosta do senhor?
Carneiro – Eu tenho muito respeito pela Rádio Sociedade, pela Itapoan FM. Trabalhei cinco anos em jornal, então conheço essa velha guarda toda, sei como são as coisas. Edson Almeida (Transamérica FM) trabalhou comigo quase dez anos e hoje me critica. Quem é público tem que estar preparado para as críticas. Te elogiam por anos e depois de um resultado desastroso não presta mais? O time treinava na Penitenciária Lemos de Brito. Fiz o Barradão. Com todo respeito que tenho ao meu amigo Zé Rocha (ex-presidente), ele construiu o estádio, mas estava fechado havia oito anos.


A Tarde On Line – Como é ser presidente de um clube como o Vitória?
Carneiro – É preciso conclamar a união de todos os rubro-negros. Deixem as vaidades em casa. O Vitória é um clube muito vaidoso. Ser presidente é algo muito sacrificante. Eu estou torcendo por Jorginho como torci por Alexi. Precisa do apoio de todos. Quando o presidente entra, todo mundo aparece. Depois de um tempo, ele fica sozinho. É como Alexi se sentiu agora. Ele não diz, mas se sentiu só, porque na hora de tomar as decisões, ninguém quer assumir.


A Tarde On Line – Quer deixar algum recado à torcida?
Carneiro – Tem que lotar o Barradão e apoiar os atuais dirigentes. Precisamos nos restabelecer com competência e união, por isso eu conclamo a união. Estou sempre à disposição dos que estão à frente para ajudar, sem querer aparecer, porque não é meu estilo. Já fiz meu papel, estou na história do clube e ninguém tira isso.

1997-Na discurssão sobre a Lei do Passe

Alfredo Sampaio, Pelé e o deputado Paulo Carneiro, presidente do Vitória da Bahia e representante dos clubes, no encontro para a discussão do novo projeto de lei do passe